Obsessão e desobsessão

MEU AMIGO MÁRIO


Era uma vez dois meninos, um se chamava André e o outro Mário.
André e Mário eram muito amigos, estavam sempre juntos, na escola e também fora dela.
Mas, de repente, não se sabe porquê, Mário começou a ficar diferente, às vezes triste, às vezes zangado sem motivo algum e André comentou com sua mãe, em casa:
_ Mamãe, o Mário tem andado estranho, diferente mesmo, até parece outro garoto...
_ Como assim, meu filho?
_ Ah, sei lá! Não brinca mais comigo, está sempre zangado, não quer mais ficar com os colegas, se isola e, quando chego perto dele, briga comigo. Também não está prestando a
atenção na aula.
_ Ah, meu filho, não se preocupe. Vou conversar com a Sonia, mãe dele, para saber o que está acontecendo e quem sabe, poder ajudar de alguma forma.
Paula, que era muito amiga de Sonia, no dia seguinte, encontrou-a na saíde da escola e disse:
_ Olá, Sonia, como vai você, amiga?
_ Mais ou menos, Paula. Estava mesmo precisando conversar com alguém...
_ O que houve? Posso ajudar? É algum problema com o Mário?
_ Como você sabe?
_ O André comentou comigo que ele tem andado diferente...
_ Ai, minha amiga... Eu nem o reconheço mais... Parece outro menino, irritado, desobediente. Não sei mais o que fazer. Será uma fase difícil da idade?
Paula, que frequentava uma casa espírita, ao ouvir tudo o que a amiga relatou, não teve dúvidas e disse:
_ Também tive este problema com o André e foi necessário levá-lo ao centro espírita para um tratamento.
_ Tratamento?! Que tratamento?
_ Um processo chamado obsessão.
_ É mesmo? E o que é isso?
_ Bem, vou explicar. Nós vivemos no mundo rodeados por pessoas como nós e também por espíritos, que já desencarnaram e não são mais vistos, isto é, estão na espiritualidade. Estes amiguinhos se aproximam de nós pelas coincidências entre nossos pensamentos, ou seja, semelhante atrai semelhante, entende?
Se praticarmos boas ações e tivemos bons pensamentos, orando sempre, teremos bons amiguinhos do nosso lado. Mas, se não agirmos corretamente com os outros e tivemos maus pensamentos, teremos ao nosso lado outros amiguinhos que ainda não aprenderam a ser bons e essa proximidade causa vários desequilíbrios para ambos. Orai e vigiai, minha amiga.
_ Nossa! Então o que eu devo fazer?
_ Por que você não leva o Mário à casa espírita para tomar passes e fazer um tratamento?
_ Não sei não... Será que vai dar certo? Duvidou Sonia.
_ Vá ao centro espírita e veja você mesma! Incentivou Paula.
Seguindo as orientações de Paula, Sonia levou seu filho à casa espírita e descobriu que o que a amiga havia dito era verdade. Passou a frequentar a casa e pode perceber que seu filho, aos poucos, foi melhorando e voltando a ser o menino de sempre.
André também ficou muito feliz de ter o amigo de volta e até convidou-o para ir com ele à escolinha de evangelização espírita. Lá, Mário aprendeu que devemos sempre orar e vigiar, mantendo nossos bons pensamentos e praticando o bem.

Valéria Cabral