NOSSOS HORÁRIOS

NOSSOS HORÁRIOS

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vidas sem Rumo


  Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do verão para fazer um passeio diferente.
    Informados de que uma ilha, situada à meia hora de barco do litoral, era um lugar agradável e belo, não hesitaram.
    O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as crianças e chamou a vovó para compartilhar do passeio.
    Nas mãos uma mochila com alguns apetrechos de praia para garantir um dia tranqüilo. E só.
    Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o que deveriam levar para passar o dia.
    Não se inteiraram também sobre o que havia para ser visto e se tinha algum tipo de guia no local para facilitar-lhes a empreitada.
    Quando desembarcaram não atentaram para os demais passageiros, para onde iriam, ou que rumo tomariam.
    Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram tomando uma trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para onde se dirigiam.
    Passaram por pequeninas vilas, cruzaram riachos e pontes, até alcançar uma praia pequena, sem movimento e sem grandes atrativos.
    Os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais difícil.
    A ausência de um local apropriado para o almoço, para um descanso, também foi motivo de discussão entre os membros da família.
    Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao barco e voltar o mais rápido possível para casa. Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência, recomendado um programa como aquele.
    Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta e localizaram o trapiche onde haviam desembarcado, puderam sentar-se à sombra e comprar água fresca para beber.
    Todos cansados e irritados, começaram a perceber as pessoas em volta e notaram os comentários que faziam a respeito da ilha.
    Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o farol.
    Mas, de que farol falavam?
    Outros diziam que a fortaleza construída há mais de duzentos anos era um espetáculo à parte.
    Fortaleza? Onde fortaleza?
    Falavam também de praias de águas mansas e transparentes onde as crianças podiam brincar sossegadas.
    Onde, afinal, ficavam tais praias?
    Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao continente, pai, mãe, avó e filhos se entreolharam e se deram conta de que haviam desperdiçado o dia.
    Perceberam que por falta de planejamento, de diálogo e de cuidado, deixaram de conhecer as belezas daquele lugar, e que haviam sofrido desnecessariamente.
    Esboçaram um sorriso sem graça e voltaram para casa em silêncio, pensativos e desapontados.
    Muitos também passamos pela vida assim.
    Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa oportunidade abençoada.
    Não planejamos nossas condutas e repetimos mil vezes os mesmo erros, insistindo em antigos vícios.
    Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos ser, e assim desperdiçamos horas, dias, anos...
    Desperdiçamos vida. Pense nisso!
    Quem não sabe aonde pretende ir não chega a lugar algum.
    Corre o risco de andar em círculos ou, ainda, de acabar sofrendo riscos e dores desnecessárias.
    Planeje, no presente, o seu futuro.
    Trace rumos seguros para sua vida.
(Equipe de Redação do Momento Espírita) CVDEE

Nenhum comentário: