NOSSOS HORÁRIOS

NOSSOS HORÁRIOS

sábado, 11 de junho de 2011

O Aniversário de Guigui (paciência)

Guigui é um menino muito esperto. Ele é um pouco gago, mas faz tratamento e cada dia está melhor.

Quando era menor Guilherme demorava em conseguir dizer seu nome; daí o apelido carinhoso de Guigui.
O dia do seu aniversário está chegando.
Guigui pediu a seu pai um patinete de presente.
O Seu José está fazendo o brinquedo com todo capricho.
Sua mãe prometeu fazer uma coisa bem gostosa – um pudim de leite – o que Guigui mais gosta.
O menino todo dia pensa ver seu patinete pronto.
Mas, tem que ter paciência e esperar o dia do aniversário.
O dia chegou! Bem cedo Guigui pulou da cama.
Obrigado, papai! – disse Guigui ao receber o seu abraço. E olhou para ver se via o presente.
Mas, que pena! O patinete estava ainda sem as rodinhas.
Com paciência ele vai esperar o pai terminar. Guigui se arrumou, foi para a escola.
Quando voltou mamãe falou:
– Olha o que está na mesa. É todo para você.
Sua boca se encheu d’água ao ver o pudim cheio de calda!
Guigui foi logo lavar as mãos e... Quando voltou... O prato estava caído no chão e o pudim desmanchou-se todo.
– Não acredito!... Mãe! A Ritinha jogou o pudim no chão! Guigui fez um gesto de quem ia bater na irmãzinha.
O menino olhou a mamãe e, vendo sua calma, baixou a tempo sua mão, dizendo:
– Eu sei mamãe. Ela é pequena, não sabe o que faz. Preciso ter paciência com ela. À noite Guigui já se preparava para dormir. D. Margarida chamou o menino na sala:
– Outro pudim? E ainda maior! E com calda de chocolate! – falou surpreso Guigui.
– É todo seu.
Guigui pegou uma colher e dividiu seu pudim com a irmãzinha, a mamãe e o papai. Foi uma festa!
Naquela noite o papai terminou o patinete de Guigui.
E quando o menino acordou...
Ali estava o seu tão desejado presente!

Bem Aventurados os Mansos e Pacíficos (Aula 13/2011)

Data: 11/06/2011

Evangelho Seg. o Espiritismo – Cap. 9 – “Bem-Aventurados aqueles que são Mansos e Pacíficos”

Objetivos:
- Incentivar o evangelizando a ser um verdadeiro filho de Deus através da prática da doçura e afabilidade, paciência e compreensão.
- Conscientizar sobre a importância de ser pacífico intimamente, nos gestos, nas palavras através do esforço diário.
- Frente a toda dificuldade é imprescindível lembrarmos-nos dos exemplos de Jesus, como guia e modelo.
- Entender que o desenvolvimento do menino Jesus em nosso coração exige a mansidão que traz a paz interior em nós e ao nosso redor.
- Sensibilizar através de exemplos de mansos e pacíficos que nos auxiliam na educação moral.

Sub-temas:
• A Afabilidade e a Doçura
• A Paciência
• A Paz Do Cristo

Bibliografia/Fonte de pesquisa: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Cap. IX; Evangelho Segundo o Espiritismo para a infância – Maria Helena Fernandes Leite; Conteúdo Programático da UEM; 52 Lições de Catecismo Espírita.

1- Harmonização inicial

2- ATIVIDADE INTRODUTÓRIA- Dinâmica
Quebra-cabeça
OBJETIVO: levar os participantes a refletirem sobre a necessidade de cultivo da paciência, fraternidade e cooperação.
MATERIAL: envelopes com quebra-cabeças diferentes.
PROCESSO: Pedir que formem grupos e dar um envelope com um nº de peças para cada evangelizando. Preparar os envelopes com as peças misturadas. Distribuir os envelopes.
Proceder às instruções:
Regra nº 01: “Todos devem montar seus quebra-cabeças dentro de 10 minutos”.
Regra nº 02: “Deverão se movimentar com o menor barulho possível”
Regra nº 03: “Poderão trocar entre si as peças”
Regra nº 04: “Poderão se unir ou formar dupla ou mais”.
Dizer-lhes que “A dinâmica será concluída quando todos formarem seus quebra-cabeças”.
O educador irá observar as atitudes das crianças até a finalização da tarefa. Quando concluírem a atividade, explicar que o ‘vencedor’ não é aquele que montou primeiro o quebra-cabeça, mas aquele cuja atitude é de cooperação, união, fraternidade e paciência. E pedir para eles mesmos avaliarem suas atitudes e pensarem sobre isso.
3- Narrar à história usando fantoche: O ANIVERSÁRIO DE GUIGUI. (postado em Histórias)
4- Avaliar a compreensão da história através das perguntas:
– O que Guigui deve ter sentido quando viu que seu brinquedo não estava ainda pronto?
– E o que sentiu quando viu seu pudim caído no chão? Será que ele ficou triste?
– O que ele teve vontade de fazer?
– Por que não fez?
– E o que aconteceu de noite?
– A mamãe disse que o pudim era todo dele. Mas, ele comeu o pudim sozinho?
– Valeu à pena Guigui esperar, com paciência?
– Gostamos quando alguém tem paciência com a gente?
– E os outros também gostam de serem tratados com paciência?
5- Prece Final

Site: http://evangelizacao-infantil.blogspot.com/2011/05/aula-bem-aventurados-aqueles-que-sao.html

Evangelizadoras: Fátima e Andressa

Bem Aventurados os Misericordiosos (Aula 12/2011)

Data: 04/06/2011


 
 
 
 
 
 

 Os vídeos relacionados estão em Vídeos

A Batata (perdão)

Augusta estava muito chateada porque Lívia havia perdido um DVD que levou emprestado. Embora a menina já tivesse pedido desculpas, Augusta não queria brincar com ela. E, para completar, disse que não perdoava e que não queria mais falar no assunto.
A mãe de Augusta, Dona Luísa, não entendia como uma amizade tão antiga e tão bonita poderia acabar, de repente e por um motivo qualquer. Sugeriu então:
- Vamos fazer o seguinte: enquanto você estiver magoada com sua amiga, você vai carregar esta batata pra todo lado. Ela será sua nova amiga.
Augusta concordou, contando que não precisasse desculpar Lívia, pois achava que assim daria uma boa lição na garota. Passou então a carregar a batata pela casa. Quando foi tomar banho, lavou a batata, colocou perfume e até desenhou uma carinha na nova amiga.
No outro dia, antes de ir para a Escola, a mãe perguntou:
- Vai falar hoje com sua amiga Lívia?
- Nem pensar... – respondeu Augusta.
- Então leve a batata para a Escola. – disse firmemente a mãe.
Augusta achou estranho, mas no meio da mochila, ninguém ia perceber. Durante o intervalo, lembrou que Lívia era uma amiga muito legal. Teve vontade de desculpá-la, mas era orgulhosa: achava que estava certa e que a amiga devia sofrer.
No dia seguinte a mãe argumentou que alimentar sentimentos ruins prejudicava somente a quem sentia. Mas nada fazia Augusta mudar de idéia. E, conforme o combinado, enquanto não perdoasse a amiga, carregaria a batatinha.
- Por mim tudo bem – resmungou a menina cheia de mágoa.
Porém, no terceiro dia, a batatinha começou a ter um cheiro esquisito. Perguntaram o que havia na mochila. Augusta desconversou.
- Não dá mais! A batata está cheirando mal! – disse aflita ao chegar em casa.
- Mas foi você quem escolheu carregar mágoa – disse Dona Luísa.
- E o que isso tem a ver com a batata? – quis logo saber.
Então, calmamente, a mãe explicou que a batatinha simbolizava a mágoa que ela sentia pela amiga. E que os sentimentos ruins não faziam mal à Lívia, mas sim à filha, que estava emitindo energias negativas, semelhante à batatinha que cheirava mal.
- Quando apenas dizemos que perdoamos, mas não esquecemos o que nos magoou, é como guardar a batatinha no guarda-roupa... Ficamos guardamos algo que só nos fará mal. Já pensou depois de um mês?
- Nem quero imaginar. Augusta finalmente compreendeu que ódio e mágoa são sentimentos que prejudicam somente a quem os sente.
Depois dessa conversa, Augusta perdoou Lívia e esqueceu completamente o que aconteceu.
Ainda hoje, quando pensa em não perdoar ou guardar mágoa de alguém, lembra logo do cheiro ruim da batata que carregou, e trata logo de perdoar a pessoa e esquecer o fato.

História baseada em mensagem sem autoria, recebida pela Internet
Claudia Schmidt

Bem Aventurados os Misericordiosos (Aula 12/2011)

Data: 04/06/2011


Objetivo: Entender a importância do perdão em nossas encarnações.

1- Harmonização inicial (5 minutos): Jogo da árvore para adivinhar o tema da aula de hoje.
Prece inicial (5 minutos): Agradecer a Deus pela oportunidade de mais um dia de aprendizado.
2- Atividade introdutória (30 minutos): Assistir ao vídeo “Desenhos Bíblicos- O Juiz Justo”.
3- Atividade reflexiva (30 minutos):
Ler o texto: “A batata”
4- Discussão:
O que Jesus quis dizer com: - Que atire a primeira pedra quem não tiver pecados?
Como agimos? Guardamos mágoa? Sabemos que muitas vezes não é fácil perdoar, mas através da prática cada vez se torna mais fácil.
O que é perdoar de verdade? Esquecer (com o coração) o que aconteceu, compreender a outra pessoa, não guardar mágoas, não desejar mal ao outro.
Perdoar faz bem? Perdoar faz bem para quem perdoa. Não perdoar é guardar lixo no coração. A ciência já comprovou que o perdão é fonte de saúde, pois quando estamos magoados ficamos mais fragilizados. Guardar mágoa é como deixar que um “veneninho” circule no nosso sangue, fazendo mal ao nosso corpo e podendo causar doenças. Por outro lado, quando agimos com tolerância, indulgência, procurando não guardar ressentimentos, estamos aumentando nossas defesas imunológicas.
Devemos nos vingar? Não devemos querer vingança. Lembrar da lei de causa e efeito, que dá a cada um conforme seus atos. Jesus ao nos orientar a oferecer a outra face, não proibiu a defesa, mas condenou a vingança. Ante a face do mal, mostrar a face do bem; ante a indiferença, a compaixão; ante a vingança, oferecer o perdão; frente ao orgulho, ser humilde; quando nos mostrarem a face do egoísmo, pratiquemos a caridade; ante a face do ódio, ofereçamos a face do amor.
Se eu perdoar o que acontece com o agressor? Perdoar não é admitir que o agressor está certo e nem liberá-lo de resgatar seus erros, pois ele continuará sujeito à reparação, porém a Justiça Divina se encarregará disso. Precisamos acreditar que a Lei Divina cumprir-se-á independente das nossas atitudes, pois ela se auto-regula e se auto-aplica, não necessitando da nossa ação.
Perdoar para ser perdoado, conforme diz o Pai Nosso: perdoe as nossas ofensas assim como nós perdoamos os nossos ofensores.
Importante se colocar no lugar do ofensor. Ele pode estar passando por um momento difícil, com problemas. Quem agride, ofende, machuca, ainda não aprendeu sobre o amor. Quando passarmos a entender que o agressor só age assim porque ainda não compreendeu o caminho da felicidade, não nos ofenderemos.
Devemos fazer aos outros o que desejamos para nós? Devemos perdoar sempre, que foi o que Jesus quis dizer quando falou que devemos “Perdoar setenta vezes sete vezes”. Sabemos que isso é difícil, mas o nosso esforço aliado à prece tornará isso possível. Importante nos autoperdoarmos porque somos espíritos, ainda, imperfeitos, sujeitos a errar. Mas devemos nos esforçar para não errar, e fazer sempre o nosso melhor. E se errarmos, devemos nos perdoar, reiniciando a caminhada.
5- Atividade criativa (30 minutos):
Desenho de um abraço entre pessoas que fizeram as pazes depois de uma briga.
Harmonização final/ prece (5 minutos):
Avaliação da aula:
Fazer um resumo do conteúdo da aula e prece final com música suave.

Bibliografia consultada:
- Site: Seara Espírita Infantil
- O Evangelho Segundo o Espiritismo- Allan Kardec

Bem Aventurados os Misericordiosos (Aula 12/2011)

Data: 04/06/2011

Objetivo: Importância do perdão e sua necessidade em nossa vida diária.


1 – Prece Inicial:
2 – Atividade: Árvore
“Bem Aventurados os Misericordiosos”
“Misericórdia = Perdão”
3 – Atividade em grupo:
• Relacionar: Frases x Explicações
4 – Atividade individual:
• Preenchimento e leitura das frases
• As duas formas de perdoar
5 – Atividade (Dinâmica): “Peça” da Carpintaria
“PEÇA”: Narração com as crianças representando as ferramentas e trabalhando com os cartazes.
“CONCLUSÕES”: Pontos Fortes e Pontos Fracos / Personagens da “peça” e Personagens da “Vida Real”
6- Prece Final:
7 - Avaliação / Auto-Avaliação:

Evangelizadores: Paulo César e Danielle Brandão

Bem Aventurados os Mansos e Pacíficos (Aula 13/2011)

Data: 11/06/2011

OBJETIVOS:
Compreender que a paz em nós não é um produto de circunstâncias exteriores, mas da tranquilidade nascida do dever cumprido e da paciência frente ao que ainda não podemos alcançar; Ainda que todos se revelem contrários à ação edificante que desenvolvemos, guardemos a paciência, entendendo e perdoando para prosseguirmos sem vacilações; Se com a paciência ainda não é fácil superar os obstáculos do caminho, com irritação, azedume ou precipitação, apenas nos complicaremos ainda mais, sem solucionar os nossos problemas, cristãmente.
1-Harmonização (5 minutos):
Leitura E.S.E. Cap.IX – Bem aventurados os que são brandos e pacíficos -item7-A paciência- 1º e 2º parágrafos
2-Atividade Introdutória (10 minutos):
Distribuir uma folha e solicitar que os evangelizandos procurem o ratinho.
3-Atividade Dinâmica (30 minutos):
Video Chico Xavier
4-Atividade Reflexiva (15 minutos):
Após uma parte do vídeo, fazer algumas considerações e em seguida, distribuir uma folha contendo algumas perguntas.
5-Atividade Conclusiva (15 Minutos):
Aflições são resgates perante a justiça divina, decorrentes de erros do passado. Aceitá-las com resignação é quitar-se. No entanto, blasfemar é adiar pagamento e contrair novos débitos. Paciência é uma virtude que se conquista através de inúmeras existências com muito trabalho, tolerando e se humildando, diante daqueles que a Divina Providência coloca em nosso caminho evolutivo. Quem trabalha pode contar com o tempo. Se a crise sobrevém na obra a que se consagras, pede a Deus, não apenas te abençõe a realização, mas também a força precisa para que saibas compreender e servir, suportar e esperar.
6-Harmonização Final (5 minutos):
Prece de agradecimento e encerramento.
7-Avaliação / Auto-Avaliação (duração: 5 minutos):

Referências: Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. IX-Bem Aventurados os brandos e pacíficos; Cap. V-Bem Aventurados os Aflitos itens 12 e 18; Pão Nosso: 8, 11 e 179; Fonte Viva: 6, 28, 103 e 129; Caminho Verdade e Vida:123 e 162;

Evangelizadores: Danielle e Paulo

Bem Aventurados os Mansos e Pacíficos (Aula 13/2011)

Data: 11/06/2011

Objetivos: Mostrar a importância de ser paciente, compreendendo melhor todas as pessoas.

1- Harmonização Inicial (10 minutos):
Sensibilização inicial
2- Atividade Introdutória (20 minutos):
Contar o Sermão da Montanha, explicando cada Bem Aventurança, exceto a explicação da aula passada (Misericordiosos) e da aula de hoje, Brandos e Pacíficos, identificando a origem e o porquê destes ensinamentos de Jesus. Verdadeira receita ou requisitos para se conquistar o Reino dos Céus.
Pedir às crianças que recapitulem a aula passada e depois pedir que falem sobre o que entenderam sobre a Bem Aventurança da aula de hoje. Após as explicações das crianças, consolidar com as explicações do texto em anexo.
3- Atividade Reflexiva (10 minutos):
Após, cada criança irá refletir e escrever em uma folha de papel uma situação em que foi paciente, manso e pacífico e outra em que não foi. Pode ser também a de um colega ou outra pessoa que tenha presenciado.
4- Atividade Dinâmica / Conclusiva (30 minutos):
Reunir as crianças em dois ou três grupos e cada grupo irá debater e escolher duas situações dentre as descritas por cada membro do grupo, sendo uma positiva e outra negativa para a realização de um teatro.
Como atividade final, cada grupo que assistiu dará sugestões de como poderia ter agido positivamente no caso do exemplo negativo.
5- Harmonização Final (5 minutos):
Prece Final.
6- Avaliação / Auto-Avaliação (duração: 5 minutos):

Evangelizadores: Gilsa e Weber

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal- Entrevista com médico Andrei Moreira

Entrevista sobre Homossexualidade com Andrei Moreira - 15/09/2010 “Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal”


Entrevista realizada pelo terapeuta e médium Wanderley Oliveira* com o médico Presidente da Associação Médico-espírita de Minas Gerais, Andrei Moreira*

1. Homossexualidade é ou não uma doença à luz do Espírito imortal?
“Desde 1973, a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade como doença. No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade. No dia 17 de Maio de 1990 a Assembléia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação internacional de doenças (sigla CID). Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passa a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos” - Wikypedia
A Homossexualidade, segundo a ciência, é uma orientação afetivo-sexual normal. Sob o ponto de vista espírita, tem sido catalogada por muitos escritores espíritas como doença ou distúrbio da sexualidade, em franco desrespeito ao conhecimento científico atual. Não há base no conhecimento espírita para se afirmar tal coisa. Não há uma visão que seja consenso sobre o assunto no movimento espírita, mas há excelentes textos dos espíritos André Luiz e Emmanuel nos direcionando o pensamento e a reflexão para o respeito, acolhimento e inclusão da pessoa homossexual, entendendo a homossexualidade como uma condição evolutiva natural (e o termo “natural” como sinônimo de “presente na natureza”), decorrente de múltiplos fatores, sempre individuais para cada espírito, construída ou escolhida pelo espírito, em função de tarefas específicas ou provas redentoras, incluindo aí as condições expiativas e reeducativas devidas a abusos afetivo-sexuais no passado, que parecem ser a causa determinante da maior parte das condições homossexuais, segundo a literatura espírita.

2. Qual a diferença entre orientação e escolha sexual?
Orientação sexual representa o desejo e o interesse afetivo-sexual (note bem: não somente sexual, mas também afetivo) do indivíduo, decorrente de múltiplos fatores, os quais determinam com qual sexo ele se sente realizado para uma parceria íntima. A orientação sexual é fruto da história pessoal do indivíduo, presente e passada; é influenciada pela cultura e pelas identificações psicológicas, porém não controlada ou determinada conscientemente pelo indivíduo. Nasce-se com ela. Escolha é fruto da decisão consciente de se viver ou não a orientação, aceitá-la ou reprimi-la, de acordo com as idealizações e a pressão familiar-social-cultural do meio em que o indivíduo se encontra reencarnado.

3. O homem homossexual se sente uma mulher? A mulher homossexual se sente um homem?
De forma alguma. Identidade e orientação sexual são coisas distintas. Identidade é como o indivíduo se sente, a qual sexo pertence, com qual sexo se identifica psicologicamente. A orientação homossexual representa exclusivamente o direcionamento do afeto e do interesse sexual para indivíduos do mesmo sexo. O homem homossexual tem a sua identidade masculina, sente-se homem, embora possa ou não ter trejeitos afeminados, conforme sua história e identificação psicológica. Igualmente, a mulher homossexual tem a identidade feminina, embora possa ter ou não trejeitos masculinizados. Quando o indivíduo está em um corpo de um sexo, e sua identidade é a do sexo oposto, dizemos que ele é transexual, que é diferente do homossexual.

4. Em todos os casos, o espírito já renasce homossexual? É possível reverter essa orientação?
Há uma diferença entre comportamento homossexual e identidade afetivo-sexual homossexual. Observamos comportamentos homossexuais em indivíduos com doenças psiquiátricas, entre presidiários e soldados em guerra; nessas condições, na ausência da figura feminina, a prática sexual entre iguais praticada por muitos como campo de liberação das tensões sexuais e da busca do prazer. Isso não quer dizer que eles sejam homossexuais. O indivíduo com identidade homossexual é aquele que se sente atraído afetiva e sexualmente por pessoa do mesmo sexo, o que pode ser percebido ou descoberto em diferentes fases da vida do indivíduo. Não podemos afirmar que todos os homossexuais tenham nascido com essa orientação, pois a variedade de manifestações nessa área nos remete a múltiplas causas, embora a literatura mediúnica espírita nos informe de que em boa parte dos casos as pessoas homossexuais trazem de seu passado espiritual a fonte de sua orientação presente.
Não sendo, em si, uma condição maléfica para o indivíduo, mas neutra, podendo ser positiva ou não, dependendo da forma como for vivenciada, não há necessidade de reverter essa condição. A orientação da ciência médica e psicológica atual é de que o indivíduo homossexual que não se aceita e sofre com isso deve ser classificado como portador de transtorno egodistônico, e os esforços devem se direcionar no sentido de auxiliá-lo a se aceitar e se amar tal qual é, sentindo-se digno de amor e respeito, buscando relações que lhe fortaleçam o autoamor e nas quais possa ser natural, espontâneo e verdadeiro, em busca de sua felicidade e de seu progresso.
Há religiosos e profissionais fundamentalistas que oferecem terapia e assistência espiritual, sobretudo em igrejas evangélicas, para que o indivíduo se “cure” da homossexualidade. Não há registros de casos bem sucedidos. O que frequentemente se observa são indivíduos bissexuais alterando o direcionamento do seu afeto para indivíduos do mesmo sexo, porém muitos deles têm relações sexuais clandestinas com pessoas do mesmo sexo e nos procuram nos consultórios cheios de culpa, medo e vergonha por não se sentirem “curados”. Além disso, há os indivíduos homossexuais que decidem vestir a máscara de heterossexuais e por algum tempo formam famílias; frequentemente, saem de casa após algum tempo para viverem o que sentem como sua real atração afetivo-sexual.

5. Existem casos de homossexualidade desenvolvida exclusivamente pela educação na infância? Em caso afirmativo, é possível reverter o processo?
Segundo Freud, sim, o que não significa que seja passível de reversão ou que haja necessidade disso. Segundo o Conselho Federal de Psicologia a identidade e a orientação sexual estruturadas na infância não são passíveis de reversão, e a homossexualidade não é uma condição que necessite reversão, já que não é uma doença e muito menos um desvio moral. Porém, na visão espírita, os benfeitores espirituais nos informam que o espírito, ao reencarnar, já escolhe a natureza de suas provas e as condições familiares sociais e pessoais necessárias ao seu progresso, conforme sua consciência indique a necessidade de reparação dos equívocos do passado e de melhoramento pessoal. Em outras situações, quando o espírito não se encontra maduro para definir suas provas, elas são estabelecidas por orientadores evolutivos, mas, ainda assim, são definidas previamente à reencarnação. Assim, a família, o corpo que a pessoa tem e os principais pontos da existência já estão definidos para patrocinar as condições necessárias ao progresso do indivíduo. Além disso, o espírito traz impressos em si o fruto de suas escolhas, o resultado de suas experiências passadas, em seu psiquismo e no corpo espiritual, a determinar a identidade e a orientação sexual da presente encarnação.

6. Muitos consideram que a abstinência é uma recomendação educativa no caso de homossexualidade. O que você acha?
Abstinência não representa educação do desejo e da prática sexual. Contudo, pode ser uma etapa necessária em certos casos, para a disciplina dos impulsos íntimos, de heterossexuais e homossexuais, quando se percebam necessitados de controle do desejo e da prática sem limites. Também pode acontecer que tenham a condição de abstinência imposta pela misericórdia divina como recurso emergencial de salvação perante circunstâncias de abusos reiterados nessa área.
Diz Ermance Dufaux, no livro Unidos para o Amor: “Abstinência nem sempre é solução e pode ser apenas uma medida disciplinar sem que, necessariamente, signifique um ato educativo. Por educar devemos entender, sobretudo, a desenvoltura de qualidades íntimas capazes de nos habilitar ao trato moral seguro e proveitoso com a vida. (...) A questão da sexualidade é pessoal, intransferível, consciencial e a ética nesse campo passa por muitas e muitas adequações.”
O Espiritismo recomenda a todas as criaturas a conscientização a respeito da sacralidade do corpo físico e da sexualidade, como fonte criativa e criadora, destinada a ser fonte de prazer físico e espiritual, sobretudo de realização íntima para o ser humano, em todas as suas formas de expressão.
Sintetiza Emmanuel, na introdução do livro Vida e Sexo: “(...) em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade (grifos nossos). Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um”.

7. O homossexual não consegue de forma alguma ter atração por pessoa do sexo oposto ou isso pode acontecer de forma natural?
Segundo o relatório Kinsey, extensa pesquisa sobre o comportamento sexual humano realizada nos EUA na década de 60 do século XX, pelo biólogo Alfred Kinsey, tanto a homossexualidade como a heterossexualidade absoluta são condições raras em nossa sociedade. A grande maioria das pessoas tem uma condição de desejo predominante, em graus variáveis. Por exemplo, uma pessoa pode ser 80% heterossexual e 20% homossexual ou vice-versa. É natural, portanto, que uma atração heterossexual possa ocorrer na vida de um indivíduo homossexual, o que muitas vezes é entendido pelo leigo como “cura” da homossexualidade.
Emmanuel nos esclarece a respeito dessa realidade no livro Vida e Sexo, cap.21: “através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.”
Podemos compreender assim que todos os indivíduos trazem em sua intimidade a possibilidade de se sentirem atraídos e se apaixonarem por alguém do mesmo sexo (afinal de contas, a pessoa se apaixona por um indivíduo completo, e não pelo seu corpo apenas). Isso não significa que vá ou necessite viver essa situação. O psiquismo atende e responde ao impulso do espírito, que é assexuado, mas que cumpre programas específicos em um ou outro sexo, conforme definição anterior e necessidade evolutiva, inserido em um contexto sociocultural que o limita na percepção e expressão do que vai em sua intimidade profunda.

8. Homem ou mulher que tenham fantasias com pessoas do mesmo sexo podem ser considerados homossexuais?
Na adolescência as experiências homossexuais são naturais, definidas pela psicologia como experiências de experimentação de uma identidade sexual em formação; não atestam, necessariamente, a orientação homossexual. Já no adulto a fantasia é uma das formas de expressão do desejo e da atração homoafetiva e atestam a intimidade da criatura, mesmo que não sejam aceitas pela personalidade consciente.

9. Qual sua avaliação sobre como a comunidade espírita trata a homossexualidade?
Em geral, observamos uma abordagem superficial e discriminatória por parte da comunidade espírita com os homossexuais e a homossexualidade. É compreensível que seja assim, pois todo meio religioso lida com idealizações e preconceitos seculares. Todavia, tal postura pode ser modificada por meio do que recomenda Allan Kardec: estudo sério e aprofundado de um tema para que se possa opinar sobre ele. É lamentável que nós, adeptos de uma fé raciocinada, nos permitamos o mesmo comportamento dos religiosos fundamentalistas.
Observa-se muita opinião pessoal sem fundamento tomada como regra e lei. Tais opiniões costumam ser destituídas de compaixão e amorosidade terminam por isolar o indivíduo homossexual, tachando-o de doente, perturbado, promíscuo e/ou obsediado. Às vezes ele é até mesmo afastado das atividades espíritas habituais, como se fosse portador de grave moléstia que devesse receber reprovação e crítica por parte da parcela heterossexual “normal” da sociedade. Tais posturas são frequentemente embasadas no tradicional preconceito judaico-cristão-ocidental de que a única e exclusiva função da sexualidade é a procriação humana, tomando a parte pelo todo.
O Espiritismo é uma doutrina livre e libertária, compromissada com o entendimento da natureza íntima do ser humano e o progresso espiritual. Nos dá bases muito ricas de entendimento do psiquismo e da sexualidade do espírito imortal, como instrumentos divinos dados por Deus ao homem para seu aprimoramento e felicidade. Além disso, nos oferece esclarecimento a respeito das condições e situações determinadas pela liberdade do homem, que desvia esses instrumentos superiores de suas funções sagradas.
É imprescindível que se extinga em nosso movimento o preconceito e que os homossexuais tenham campo de trabalho, se dediquem ao estudo e à prática da doutrina espírita, com a mesma naturalidade de heterossexuais. Isso, para que compreendam o papel de sua condição em seu momento evolutivo e a utilizem com respeito e dignidade com vistas ao equacionamento dos dramas internos, ao cumprimento dos planos de trabalho específicos em sua proposta encarnatória e ao seu progresso pessoal, da família e da sociedade da qual faz parte, da mesma maneira como deve fazer o heterossexual.

10. Como devem se comportar os pais espíritas de um indivíduo que se descubra homossexual?
Aos pais de uma pessoa homossexual cabe o acolhimento integral e amoroso do indivíduo, com aceitação de sua condição, que nada mais é que uma das características da personalidade. Ser homossexual não é sinônimo de ser promíscuo, inferior, afeminado (para homens) ou masculinizado (para mulheres). Simplesmente atesta que o indivíduo se realiza sexual e afetivamente no encontro entre iguais. A pessoa homossexual deve receber a mesma instrução e educação a respeito da sexualidade que os heterossexuais, a fim de bem direcionar as suas energias e esforços no sentido da construção do afeto com quem eleja como parceiro (a). A postura na vivência da sexualidade, para homossexuais, deve ser a mesma aconselhada pelos espíritos a heterossexuais: dignidade, respeito a si mesmo e ao outro, valorização da família, da parceria afetiva profunda no casamento e dedicação da energia sexual criativa em benefício da comunidade em que está inserido.
O acolhimento amoroso da família é fundamental para que o indivíduo homossexual possa se aceitar, se compreender, entendendo o papel dessa condição em sua vida atual, e para que se sinta digno e responsável perante suas escolhas. A luta, para aqueles que vivem essa condição, é grande, a fim de afirmar a sua autoestima em uma sociedade que banaliza a condição sexual e vulgariza a diferença. A família é o núcleo onde se encontram corações compromissados em projetos reencarnatórios comuns, com vínculos pessoais de cada um com o passado daqueles que com eles convivem, devendo ser cada membro dessa célula da sociedade, um esteio para que o melhor do outro venha à tona, por meio da experiência amorosa.
Os pais de homossexuais poderão ler e compartilhar interessantes experiências de outros pais no site e nos livros de Edith Modesto: http://www.gph.org.br e Livros em: http://www.gph.org.br/publica.asp

11. Gostaria de acrescentar algo?
Romanos 14:14 “Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo.”
Todas as experiências evolutivas onde estejam presentes o autorrespeito, a autoconsideração, a autovalorização e o autoamor são experiências evolutivas promotoras de progresso e evolução, pois aquele que se oferece essas condições naturalmente as estende ao outro na vida. A homossexualidade, independentemente da forma como se haja estruturado como condição evolutiva momentânea do indivíduo, pode ser vivenciada com dignidade e ser um rico campo de experimentação do afeto e construção do amor, desde que aqueles que a vivam se lembrem de que são espíritos imortais e de que a vida na matéria é tempo de plantio para a eternidade, no terreno do sentimento e das conquistas evolutivas propiciadas pelo amor, em qualquer de suas infinitas manifestações.
Diz-nos Emmanuel no livro "Vida e Sexo", lição 21 – Homossexualidade, ed. Feb:
A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinqüência.”
E complementa André Luiz, no livro Sexo e destino – Cap. 5, pág 155 - ed. Feb:
“(...) no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças achacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos.”

Para saber mais:
Indico, entre outros, os seguintes livros espíritas, com abordagens responsáveis e bem fundamentadas sobre o assunto:
1- Vida e sexo, Emmanuel/Chico Xavier, em especial cap. 21 - ed. Feb
2- Sexo e destino e Ação e reação - ambos de André Luiz/Chico Xavier - ed. feb
3- Além do Rosa e do Azul - Gibson Bastos - Ed. Celd
4- O Preço de ser Diferente (romance) - Ed. Vida e Consciência
5- Quem Perdoa, Liberta – José Mário/Wanderley Oliveira – Capítulo: "Homoafetividade e Mediunidade"

* Wanderley Oliveira é Terapeuta Master e Practitioner em PNL, médium e palestrante espírita de Belo Horizonte. Visite o seu trabalho no site: www.wanderleyoliveira.com.br ou escreva para coachenergetico@wanderleyoliveira.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

*Andrei Moreira é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Integra, desde 2005, uma equipe do Programa de Saúde da Família, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Especializado em Homeopatia.
Preceptor do Internato em Atenção Integral à Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Alfenas, campus BH, desde 2008.
Participa ativamente do movimento espírita nacional e internacional, proferindo palestras e seminários. Integra equipes de atendimento a pacientes com a metodologia médico-espírita na Amemg.
Presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, desde 2007.
Autor do livro: "Cura e autocura – uma visão médico espírita" – AME Editora, 2010
ammsouza@hotmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. - www.amemg.com.br

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